domingo, 26 de abril de 2009

Sobre roupas

E o tecelão disse: Fala-nos das Roupas.
E ele respondeu:
As vossas roupas ocultam muita da vossa beleza, no entanto não ocultam a fealdade.
E embora procureis no vestuário a liberdade da privacidade, podereis encontrar nele grilhetas.
Pudesseis vós enfrentar o sol e o vento com mais pele e menos vestuário.
Pois o sopro da vida está na luz do sol e a mão da vida, no vento.
Alguns de vós dizeis, “Foi o vento do norte que teceu as roupas que vestimos”.
E eu digo, ah, sim, foi o vento do norte, mas a vergonha era o seu ofício e o amolecimento dos tendões o seu tear.
E depois de acabar o seu trabalho foi-se rir para a floresta.
Não esqueçais que a modéstia é um escudo contra o olho do impuro.
E quando o impuro deixar de o ser, que será a modéstia senão um entrave do espírito?
E não vos esqueçais que a terra adora sentir os vossos pés nus, e os ventos anseiam por brincar com os vossos cabelos.
*
(Gibran Khalil Gibran – Trecho extraído de O Profeta)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Os sinos dobram por vós

Para Vivi e Fleur de Lys

Há pessoas especiais. Umas porque nos sorriem um sorriso belo e doce sem jamais se terem mostrado. Outras porque se mostram de forma plena e luminosa ao sorrirem generosamente para nós. Mesmo distantes se fazem perto porque habitam o lugar mais secreto do coração. Aquele lugar reservado para quem aprendemos a amar. Quis escrever essas pequenas linhas para duas pessoas muito especiais para mim. Uma é a Vivi. A outra, a bela Fleur de Lys. Para vocês, pessoas especiais, dedico os versos escritos pelo poeta inglês John Donne (1572-1631), que dizem: “Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. É isso aí, pessoas especiais, de alguma maneira vocês me completam. Por isso meus sinos estarão sempre a badalar por vós (por Coccinelle).

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O belo para além do céu e do inferno


O belo pode ser encontrado nos mais diferentes lugares. Não só entre o céu e o inferno, como comumente cremos, mas também no próprio céu e no próprio inferno. E, sobretudo, além do céu, além da terra e além do inferno! Do mesmo modo que as portas da percepção não conhecem limites, também não há limites para a beleza do belo. Não há novidade no que acabo de dizer. Ainda assim insisto em dizê-lo, pois amo o belo para além do céu e do inferno! Louvemos, pois o belo agora e sempre! Cantemos Aleluia! Cantemos alto aleluia! Com o coração todo devotado a Deus, cantemos Aleluia ao belo! (por Coccinelle)